Em muitos momentos os mais diferentes sentimentos nos cercam com maravilhosos e dolorosos impactos. Procuramos palavras para descrever ou até mesmo comunicar com outros as ideiias que surgem, fruto do que nos atinge. Permanecer em silêncio em momentos bons pode potencializar o efeito de sensação nos levando não somente a desfrutar um momento bom, reforçando o que sentimos e gravar os aspectos relacionados como cheiro, som, paisagem e gosto. Momentos ruins seguem o mesmo processo, então utilizamos o mesmo mecanismo para tentar esquecer ou até mesmo evitar determinadas situações, por que não mudar o pensamento e utilizar o silêncio para criar algo que permita crescermos com a questão? Ou apenas seguir adiante?
Algo ruim ocorre como a morte de algum conhecido... o silêncio permite a refletir sobre nossas ações e nos remete para planejamento do tempo. Fazer mais, errar mais, acertar mais, embora me fuja da memória neste ponto que a questão não é o tempo, mas o que fazemos com ele. A reflexão é de romper esse embate, pois tolo é aquele que se sujeita a errar mais achando que está aproveitando melhor o tempo, exatamente nesse ponto procuro usar o silêncio para agir e decidir melhor.
Vamos divagar um pouco... O silêncio diante a uma provocação desarma o provocador, em meio a uma situação embaraçosa te torna neutro, em casos divertidos lhe deixa consciente, em casos desicivos lhe proporciona segurança, em fúria o faz comedido, em contradição lhe torna sábio. Por que dizer algo por dizer quando você mesmo não consegue entender o contexto do ambiente em que se encontra? Confirmar seu ego, idiotice, prepotência, frustração? Não dizer nada pode ser a melhor alternativa para avaliar e agir melhor, não somente lhe trará as melhores alternativas, como fará aos outros pensarem que sua capacidade de comprensão é a ideal.
Passei minha adolescência ouvindo meu Tio respondendo a meus questionamentos sempre com a mesma frase: Espere um minuto e poupe uma pergunta. Essa frase durante muito tempo foi um tormento frente a esse Tio, mas no fim, foi um presente que se relevou como uma grande capacidade de observar, avaliar e então agir. Comecei a me relacionar melhor, conversar melhor, ponderar e mentalizar acerca de tudo o que ocorria ao meu redor, passei a me comportar como nunca e a me ver como idiota, sempre falante, mas calado diante de embates e questionamentos, com o tempo a situação se inverteu, pois embora fosse complexa e problematica em meu ponto de vista, era tida como sensata aos que estavam ao redor.
Lembro de certa vez em minha mocidade uma pessoa intima me indagou: Um milhão por seu pensamento. O silêncio neste momento tornou a questão a mais interessante possível, não dar desculpas, não me explicar, não criar teorias... Permanecer em silêncio me levou a compreender que não precisamos assumir nenhum compromisso com o que os outros esperam de você, mas remete a uma responsabilidade interna de moral e crítica de seu comportamento. O Silêncio lhe destrói, mas também constrói.
Para eu, homem, o conceito de silêncio é uma reação natural que pode demonstrar, respeito, afeto, condolência, tristeza, alegria, entusiasmo, raiva e tudo mais. É um presente de Deus para nos aperfeiçoar.
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